SER OU NÃO SER FELIZ, UMA QUESTÃO PESSOAL

O escritor francês Fénelon declarou certa vez que o mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga, porque a desgraça depende menos das coisas que sofremos do que da imaginação com que  aumenta a própria infelicidade. E ele tinha razão ao dizer isso, há 200 anos, como teria  se dissesse isso hoje. Pois o mais  infeliz dos homens é aquele que  assim se julga ser. Porque felicidade e infelicidade decorrem de estados mentais ou de estado de espírito.

 

Não são os acontecimentos em si que fazem alguém ser feliz ou infeliz, mas a idéia que  faz desses acontecimentos. Basta a gente observar e ouvir. Para os pessimistas ou tristes, os ventos gemem. Para os otimistas, os alegres, eles cantam. É uma questão de percepção, de postura mental, pessoal. Claro, pode-se errar, fracassar, até fazer besteiras, que ninguém é perfeito. Permanecer um eterno nocauteado é estar com nada nos dias de hoje. É preciso levantar, reiniciar a luta, dar um novo rumo ao barco da existência. Esta precisa ter um objetivo. Ficar chorando o leite derramado não leva a lugar nenhum. Por tudo isso percebe-se que é a mente que faz a felicidade ou a destrói, que constrói o sucesso ou cria a depressão. Enfim, é a mente que direciona a própria vida, o pensar positivo ou negativo da pessoa.

 

Por isso, é importante que cada indivíduo preste atenção ao conteúdo de suas reflexões diárias a respeito de si, dos fatos, das situações, dos preconceitos que cultiva, da raiva que tem do mundo. Se alguém vive se queixando da vida, de que ninguém lhe quer bem, que não gosta do dia porque faz calor e da noite porque não tem sol, que vê fantasmas e demônios por toda  parte, que critica Deus e todo mundo, que olha tudo com lentes escuras, que pensa que tudo vai dar errado, certamente irá de mal a pior, pois o que planta e cria na mente colherá na realidade.

 

“O mais infeliz dos homens é aquele que assim se julga” foi sabiamente interpretado por Fénelon. Ao tomar-se como infeliz, a pessoa será infeliz, já que é assim que pensa ser. Então, por que não inverter a frase: O mais feliz dos homens é aquele que assim se julga? E a conclusão desta verdade afirmará que o mundo criado na mente é o mesmo que se expressa na vida real.

 

Bom, mas se é assim, por que não inundar a mente, a alma, o coração com as energias da felicidade? Por que não proclamar este estado mental aos quatro cantos do mundo, dizendo que estamos bem com a vida, com as pessoas; que sabemos apreciar uma manhã de sol, o brilho das estrelas à noite, a inocência das crianças, a imensidão do mar, azul do céu, o mistério que paira em cada abismo humano, a capacidade de trabalho do companheiro que ancorou conosco, lado a lado, no mesmo porto desta empresa?

 

Certamente, este estado mental trará consigo o efeito correspondente. Imaginar a felicidade batendo à nossa porta é uma questão de ser ou não ser feliz. Agora deixá-la entrar e instalar-se pela nossa vida adentro é uma questão de opção pessoal e de bom senso.

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